quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sistema Esquelético

1. Introdução
O esqueleto humano é um endoesqueleto, isto é, colocado entre os tecidos moles do corpo; é uma estrutura viva capaz de crescer, adaptar-se e reparar; difere muito do exoesqueleto dos artrópodes, tais como besouros e camarões de água doce; pelo fato do exo não ser uma estrutura viva, esses animais devem desprender sua estrutura esquelética e formar uma nova, maior do aquela se continuam crescendo.
O esqueleto consiste de um conjunto de ossos e cartilagens que se articulam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções; já os ossos são definidos como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis e que em conjunto, constituem o esqueleto.
1.1 Desenvolvimento
O esqueleto se desenvolve pela transformação de tecido conjuntivo do embrião em osso;
2. Funções do esqueleto
PROTEÇÃO: protege contra agressões externas; encéfalo na cavidade craniana; medula espinal no canal vertebral; coração e pulmões, na cavidade torácica, etc.
SUSTENTAÇÃO e CONFORMAÇÃO do CORPO: atua como arcabouço do corpo, dando suporte aos tecidos moles e provendo fixação para a maioria dos músculos do corpo.
MOVIMENTO (SISTEMA de ALAVANCAS): pelo fato de muitos mm. estarem fixados ao esqueleto e muitos ossos se relacionarem por articulações móveis, o esqueleto desempenha um papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo é capaz de fazer. Os ossos transformam as contrações musculares em movimento e também aumentam as forças geradas pelas contrações.
RESERVA de MINERAIS: cálcio, fósforo, sódio e potássio,etc. são armazenados nos ossos do esqueleto; estes minerais podem ser mobilizados e distribuídos pelos vasos sangüíneos para outras regiões segundo as necessidades do organismo. Ex: gestação, uma parte do cálcio utilizado pelo feto é obtido diretamente do esqueleto da mãe.
HEMOPOIESE: formação de células do sangue; após o nascimento, a medula óssea vermelha de certos ossos (esterno, vértebras, costelas, quadril) produzem as células sangüíneas encontradas no sistema circulatório.
3. Divisão do esqueleto
Podemos dividi-lo em duas grandes porções:
AXIAL: ossos relacionados ao longo eixo do corpo; localizados na cabeça, pescoço e tronco:
-cabeça (28 ossos)
- pescoço (hióide=1)
-coluna vertebral (26)
-tórax (costelas e esterno= 25) TOTAL= 80
APENDICULAR: formada por ossos dos membros superiores e inferiores e unindo os dois esqueletos, as cinturas (ou cíngulos ou raízes);
-cintura escapular (4 ossos)
-membros superiores (60)
-cintura pélvica (2)
-membros inferiores (60) TOTAL= 126
esqueleto total= 206 ossos
4. Número de ossos
No indivíduo adulto, o número total de ossos é de 206 , não considerando a patela; todavia alguns fatores podem alterar esse número:
a) Fatores hereditários: do nascimento à senilidade, há uma diminuição do número de ossos; ex.: no feto o osso frontal é constituído por dois ossos, no adulto, um; no feto temos ílio, ísquio e púbis - no adulto, osso do quadril. Além disso, em indivíduos muito idosos, há uma tendência para soldadura de 2 ou + ossos, diminuindo o número (ocorre principalmente com os ossos do crânio -sinostose).
b) Fatores individuais: em alguns indivíduos pode haver persistência da divisão do osso frontal no adulto (sutura metópica) e a presença de ossos extranumerários.
c) Critérios de contagem: os anatomistas utilizam às vezes critérios pessoais para a contagem dos ossos; contam ou não a patela, ossículos da orelha média, etc.
5.Tipos de ossos
Classificação Morfológica:
LONGOS: comprimento excede a largura e espessura; ex.: rádio, ulna, úmero, fêmur, tíbia, fíbula, metatarcarpos, falanges,etc.
característica: possuem um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífise), em geral articuladas e um canal medular
ALONGADOS: comprimento excede a largura e espessura, porém não possui canal medular; ex.: costelas e clavícula.
CURTOS: as 3 dimensões são aproximadamente iguais; ex.: ossos do carpo e tarso.
SESAMÓIDES: um tipo de osso curto, alojados nos tendões ou cápsulas articulares Ex: patela
SUPRANUMERÁRIOS: são os que não estão presentes regularmente; em geral, são do tipo curto ou plano, encontrados principalmente nas mãos e pés (incluem-se ossos sesamóides e certas epífises não soldadas - importância médico legal, pelo fato de quando vistas em radiografias serem confundidas com fraturas).
PLANO: comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura; possuem duas camadas de osso compacto com uma intermediária de osso esponjoso e medula óssea - não possui canal medular. Ex: esterno, escápula, frontal, parietal, occipital, etc.
IRREGULAR: apresenta morfologia complexa, que não encontra correspondência em formas geométricas conhecidas. Ex: vértebras, osso do quadril, esfenóide, temporal
PNEUMÁTICOS: são aqueles que contém cavidades ou seios revestidos por mucosa e preenchidos por ar; São eles: maxila, frontal, temporal, esfenóide e etmóide.

6. Estrutura dos ossos
SUBSTÂNCIA ÓSSEA:
Compacta - formada por trabéculas ósseas imediatamente aplicadas umas às outras sem cavidades intermediárias.
Esponjosa - formada por lâminas de diferentes orientações, que entram em contato apenas em certos pontos, deixando entre si, um sistema de pequenas cavidades, nas quais acumula-se medula óssea; aspecto de esponja
MEDULA ÓSSEA
Tecido mole, de consistência polposa que se encontra em todas as cavidades da substância óssea, quer seja no canal medular ou na substância esponjosa dos diferentes tipos de ossos. Função: contribuir juntamente com outros órgãos para a formação de elementos figurados do sangue. Apresenta-se vermelha (medula óssea rubra) e amarela (medula óssea flava).
-Medula óssea vermelha: vermelha, ocupa todas as cavidades dos ossos do feto; no adulto, encontra-se no interior do esterno, vértebras, costelas, ossos do quadril e epífises de ossos longos reduzidos.
-Medula óssea amarela: ocupa quase a totalidade das cavidades ósseas do adulto, principalmente no canal medular dos ossos longos. É rica em gordura e perdem sua capacidade de produzir elementos figurados do sangue.
PERIÓSTEO: os ossos são revestidos externamente em toda extensão, exceto nas superfícies articulares, por uma membrana fibrocelular; apresenta coloração esbranquiçada e sua espessura é proporcional as dimensões ósseas; duas camadas: superficial, fibrosa, bastante resistente, por meio do qual os tendões e ligamentos se fixam nos ossos e uma profunda, celular - camada osteogênica, responsável pelo crescimento em espessura do osso.
rticulações
1. Introdução
Pode ser definida como a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer sejam ossos ou cartilagens.
2. Classificação
Podemos classificar as articulações segundo as estruturas que as compõem
A - Articulações Fibrosas
A1 - Suturas, são as articulações em que as ossos se conectam através de pequena quantidade de tecido fibroso, com pouca mobilidade; são encontrados exclusivamente entre os ossos da cabeça. Segundo suas superfícies de contato, classificam-se:
- Planas: ex. sutura internasal
- Serrátil: ex. sutura sagital
- Escamosa: ex. sutura escamosa
- Esquindilese: ex. sutura esfeno-vomeriana
A2 - Sindesmose, são articulações nas quais os ossos se relacionam à distância, através de tecido conjuntivo fibroso (membrana interóssea), com considerável elasticidade - não permite verdadeiros movimentos. Ex.: articulação tibiofibular distal, articulação rádio-ulnar, etc.
A3 - Gonfose, articulação dento-alveolar, com distribuição de tecido fibroso entre o dente e o respectivo alvéolo; gonphos: prego.
B - Articulações Cartilagíneas
B1 - Sincondrose, articulações em que os ossos se conectam através da cartilagem hialina; podem ser:
- Intra-óssea: essa situação ocorre entre as epífises e a diáfise dos ossos longos, onde a cartilagem epifisária é substituída por osso, na fase adulta.
- Interóssea: envolve dois ossos diferentes, podendo ser temporária (a maioria situada na base do crânio), como a articulação esfeno-occipital ou permanente, como as sincondroses do esterno (articulações esternocostais).
B2 - Sínfise, são articulações semimóveis, onde os ossos se conectam por tecido fibrocartilaginoso. Ex.: sínfise púbica, sínfise intervertebral e sínfise manubrioesternal. (durante o desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, mas esta articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta).
B - Segundo a forma e tipos demovimentos das superfícies articulares; a forma geométrica das superfícies articulares determina a nomenclatura, o tipo e a amplitude de movimentos da articulação sinovial.
B1. Plana; apresenta uma superfície articular plana ou ligeiramente curva, sendo seus movimentos considerados de deslizamento de um osso sobre o outro. (Articulação não axial) Ex.: art. intercárpicas.
B2. Gínglimo; articulações que realizam movimentos de extensão e flexão. (Articulação uniaxial) Ex.: art. úmero-ulnar, art. interfalângica, art. do joelho.
B3. Articulação Trocóide; realiza movimentos de rotação, ao redor do eixo longitudinal do osso (Articulação uniaxial) Ex.: art. rádio-ulnar proximal, art. atlanto-axial mediana.
B4. Articulação Elipsóide (condilar); tem uma superfície articular levemente côncava e outra ligeiramente convexa, apresentando, pelo menos uma delas um formato elíptico ; permite movimentos em dois planos perpendiculares entre si - movimentos de extensão, flexão, abdução e adução, sendo possível a circundução, mas não a rotação axial. (Articulação biaxial, exceção ATM) Ex.: art. radiocárpica, metacarpofalângicas,...
B5. Articulação selar; a superfície articular de cada osso é côncava numa direção e convexa na outra, dese modo se relacionam como duas selas cujas superfícies giram em torno de 90° e se colocam uma contra outra - movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e circundação (Articulação biaxial). Ex.: a única selar verdadeira do corpo é a articulação carpometacárpica do polegar
B6. Articulação Esferóide ; são formadas por uma cabeça esférica de um osso contrapondo-se a uma cavidade em forma de taça de outro; realizam movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, além de realizar movimentos de rotação medial e lateral (Articulação triaxial). Ex.: há somente duas articulações esferóides no corpo: ombro e quadril.
3. Estrutura das articulações sinoviais
3.1 Formações essenciais
-SUPERFÍCIES ARTICULARES, a forma das superfícies ósseas é extremamente variável, podendo ser planas, esféricas, elipsóides,
- CARTILAGEM ARTICULAR, as superfícies articulares são revestidas por uma camada de cartilagem hialina (exceção ATM ® fibrocartilagem), tecido avascular que se nutre por embebição, com espessura variável, sendo sua superfície lisa , permitindo o deslizamento.
- CÁPSULA ARTICULAR, tecido de natureza fibrosa, que envolve a articulação, inserindo-se pelas suas extremidades aos ossos. A face interna ou articular da cápsula está revestida por uma fina membrana, membrana sinovial.
- MEMBRANA SINOVIAL, tecido conjuntivo frouxo, vascular, que reveste a superfície interna da cápsula e é responsável pela formação do líquido sinovial. A função do líquido é nutrir as cartilagens articulares e permitir sua lubrificação, além de servir como elemento amortecedor.
3.2 Formações não essenciais ou acessórias
- LIGAMENTOS, que como a cápsula são espessamentos de fibras colágenas (tecido conjuntivo denso fibroso) que desempenham papel importante na manutenção da posição dos ossos que se articulam e ao mesmo tempo, que limitam movimentos considerados normais e impedem movimentos em planos indesejáveis. Podem ser intra-articulares e extra-capsulares.
- DISCO ARTICULAR, são feixes de fibrocartilagem que se interpõem às superfícies articulares discordantes, ex.: ATM, esternoclavicular,...
- MENISCO ARTICULAR, são estruturas semilunares de fibrocartilagem que prendem-se pela sua periferia à cápsula articular, permitindo que as superfícies articulares entre em contato somente pela porção central, tornando as superfícies mais concordantes; ex. art. do joelho.

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