quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sistema Linfático

1. Introdução
É um sistema formado por vasos e órgãos linfóides e nele circula a LINFA, sendo basicamente um sistema auxiliar na drenagem venosa e de defesa orgânica.
A linfa apresenta composição semelhante a do plasma sangüíneo, principalmente água, eletrólitos e quantidades variáveis de proteínas que saíram dos capilares sanguíneos - a linfa difere do sangue principalmente pela ausência de células sanguíneas e este sistema está ausente no S.N.C., medula óssea, músculos esqueléticos (mas estão no tecido conjuntivo que o reveste) e estruturas avasculares.
ORIGEM: os espaços linfáticos se originam de fendas do mesênquima e suas células de revestimento tomam caracteres de endotélio; posteriormente formam sacos linfáticos.
2. Vasos linfáticos
Os capilares linfáticos originam-se nos vários tecidos como delgados túbulos em fundo de saco e se apresentam constituídos apenas por endotélio - portanto mais permeáveis que os capilares sangüíneos e virtualmente todos os componentes do líquido intersticial, inclusive proteínas e partículas grandes .
4. Linfonodos
São órgãos pequenos, arredondados ou em forma de feijão que estão distribuídos ao longo de vários vasos linfáticos; sua localização é muito constante, particularmente os que drenam a cabeça e os membros (pescoço, virilha e axila, zonas juncionais de relativo repouso anatômico). São abundantes também em relação aos grandes vasos do tórax, abdome e pelve e ao longo dos ramos das artérias que suprem as vísceras.
5. Ductos linfáticos
Existem dois grandes ductos envolvidos no sistema de drenagem linfática: - ducto torácico e ducto linfático direito
7. Funções
- destruição de bactérias e remoção de partículas estranhas da linfa; bactérias e substâncias estranhas são removidas através da linfa pela ação dos macrófagos, que estão presentes nos linfonodos.
- respostas imunes específicas; frente à presença de bactérias ou substâncias estranhas, os linfócitos e as células plasmáticas produzem anticorpos.
- retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea; o edema poderia ocorrer se um excesso de líquido intersticial se acumulasse nos espaços intercelulares,..
8. Órgãos Linfóides
BAÇO
Maior órgão linfóide, situado no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao diafragma,
Funções: a) atua como filtro para a corrente sanguínea, mais que os linfonodos para a corrente linfática; b) produz linfócitos e plasmócitos, que produzem anticorpos (principalmente na polpa branca); c) além disso, os macrófagos da polpa branca fagocitam glóbulos vermelhos velhos bem como bactérias e partículas estranhas; d)Também atua, embora com capacidade limitada, como reservatório de sangue.
TIMO
É uma massa bilobada de tecido linfóide localizada posterior ao osso esterno, na região do mediastino anterior; é relativamente grande durante a infância e começa a atrofiar lentamente.
TONSILAS
São massas pequenas de tecido linfóide incluídas na mucosa de revestimento da faringe; t. palatinas - duas, na orofaringe; t. faríngica - única, na nasofaringe e t. línguais, mais numerosas e de pequeno diâmetro, localizadas no dorso faríngeo da língua. Atuam como defesa regional contra a invasão bacteriana.

Sistema Circulatório II - Artéias e Veias

A. Vasos Sangüíneos
1. Introdução
Após deixar o coração, o sangue entra no sistema vascular, que se compõe de numerosos vasos sanguíneos; estes transportam o sangue para todas partes do corpo, permite a troca de nutrientes, produtos de metabolismo, hormônios e outras substâncias entre o sangue e o líquido intersticial e o retorno do sangue para o coração.
2. Tipos de Vasos Sangüíneos
Vasos denominados artérias, conduzem o sangue do coração à periferia. Comparado a outros tipos de vasos sangüíneos, as aa. são capazes de resistir a grandes pressões internas; as aa. maiores (de grande calibre) se dividem em aa. menores, estas em arteríolas e finalmente em finos capilares. Com a progressiva transformação de aa. em capilares, há uma diminuição no diâmetro dos vasos, espessura de suas paredes, na pressão em seu interior e na velocidade com o qual o sangue os atravessa. Os capilares convergem para vasos muito pequenos denominados vênulas, que confluem para formar as veias. As grandes veias retornam o sangue para os átrios do coração. Após o sangue deixar os capilares, sua pressão continua a diminuir - ela é bem menor próxima ao AD, nas veias cavas superior e inferior (a pressão venosa é sempre mais baixa que a arterial, e as paredes das veias nunca são mais espessas que as artérias do mesmo calibre).
3. Estrutura Geral dos Vasos
A variação na espessura das paredes dos vasos sanguíneos se deve à presença ou ausência de uma ou mais camadas de tecido que as constituem, bem como nas diferenças de espessura entre as camadas.
-Túnica Íntima ou Interna- é a camada mais interna; apresenta-se formada por uma camada de células endotelias revestindo o vaso, uma camada de tecido conjuntivo frouxo e uma membrana basal, fibras elásticas. O endotélio da túnica íntima é a única camada presente em vasos de todos os calibre, sendo contínuo com o endocárdio do coração.
-Túnica Média, é freqüentemente mais espessa e apresenta-se constituída por fibras musculares lisas, dispostas circularmente às quais se agrega uma quantidade variável de fibras elásticas.
- Túnica Externa ou Adventícia - é a camada mais externa; relativamente delgada e se compõe de tecido conjuntivo - fibras colágenas e elásticas.
4. Vasos Sangüíneos
ARTÉRIAS, são tubos cilindróides elásticos onde o sangue circula centrifugamente em relação ao coração; podem emitir ramos terminais e colaterais; ramos terminais, quando a artéria se divide e o ramo principal deixa de existir - ex. A. Braquial, A. radial e A. ulnar; ramos colaterais, quando a artéria emite ramos e o tronco de origem continua a existir - saem em diversos ângulos - ângulo agudo, a velocidade sangüínea é a mesma; ângulo reto, diminui a velocidade e ângulo obtuso (recebe também a denominação de a. recorrente), circula em direção oposta à a. de origem.


As artérias podem ser divididas em superficiais e profundas, segundo sua localização; superficiais, distribuição irregular. Ex.: a. temporal superficial. Profundas, quase na totalidade são profundas, e são acompanhadas por uma ou duas veias (chamadas de veias satélites) -
Podemos dividir didaticamente as artérias segundo seu calibre e a predominância de tecidos:
- Grande calibre ou A. elásticas
Incluem a Aorta e seus grandes ramos e a A. Tronco Pulmonar. As paredes dessas aa. são compostas de três túnicas, sendo que a túnica média é bastante espessa e contém além de fibras musculares lisas, uma grande quantidade de fibras elásticas. São também denominadas de condutoras, pois a principal função é transportar sangue.
- Médio e pequeno calibre ou A. musculares
São caracterizadas por uma espessa camada muscular e segundo o calibre do vaso, encontram-se quantidades razoáveis de tecido elástico. De modo geral, quanto maior o calibre, maior a quantidade de fibras elásticas; são também denominadas de distribuidoras, pois se encarregam de fornecer sangue aos diversos órgãos.
ARTERÍOLA, são vasos muito finos, geralmente com diâmetro menor de 0.5mm. Possuem uma luz pequena e uma túnica média relativamente espessa composta quase que exclusivamente por fibras musculares lisas (4 - 5 camadas), com pouco tecido elástico; nas arteríolas próximas aos capilares a túnica média é reduzida compondo-se de fibras musculares dispersas.

CAPILARES
São vasos onde ocorrem as trocas efetivas entre os tecidos e o sangue circulante e é composto de células endoteliais (2-3), lâmina basal, bainha delicada de fibras colágenas e fibras reticulares e células perivasculares ocasionais (pericitos). Arteríolas = três túnicas, sendo que a média possui camada completa de músculo
liso (menos de 100µm)
Metarteríola = camada muscular incompleta
Pré-capilar = sem camada muscular, mais de 10µm
Capilar = menos de 10µm
Vênula coletora = sem camada muscular, menos de 100µm
Vênula muscular = camada muscular
Veia = mais de 100µm

VEIAS, tubos onde o sangue circula centripetamente em relação ao coração. As veias recebem numerosas tributárias ou afluentes e seu calibre aumenta à medida que se aproxima do coração, exatamente o oposto do que ocorre com as artérias.

Encontramos veias superficiais e profundas; as superficiais são subcutâneas, sendo mais calibrosas nos membros e pescoço. Drenam o sangue da circulação cutânea e servem como via de descarga auxiliar da circulação profunda - permitem o esvaziamento das veias dos músculos durante a contração dos mesmos e assim diminuem o retorno pela a circulação profunda; não acompanham artérias. As veias profundas, podem ser solitárias (não acompanham artérias, ex.: veias cavas, ázigos, etc.) ou satélites. Numerosas veias comunicam as veias superficiais com as profundas e são denominadas de veias comunicantes. Didaticamente podemos dividir em vênulas, veias de pequeno, médio e grande calibre.

VÊNULAS
Caracterizam-se por apresentar uma túnica íntima constituída só por endotélio e a túnica média com poucas camadas de células musculares. A adventícia é a camada mais espessa e formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas (menos de 100µm).

VEIAS de PEQUENO e MÉDIO CALIBRE
Constituem a maioria das veias, com exceção dos grandes troncos e tem cerca de 100 a 900µm de diâmetro. Apresentam uma túnica média com pequenos feixes de músculo liso entremeados por fibras colágenas e uma rede de fibras elásticas. A camada adventícia, de natureza colágena é desenvolvida. As veias não apresentam lâmina elástica externa ou interna e tendem a possuir uma luz maior e paredes mais finas que as artérias que acompanham.
Algumas veias, principalmente de pequeno e médio calibre, apresentam válvulas que direcionam o fluxo sangüíneo no sentido do coração; essas válvulas são pregas de endotélio e possuem forma similar às das válvulas semilunares da Aorta e Tronco Pulmonar. Quando o sangue contido nas veias tenta retornar, as válvulas se enchem de sangue, bloqueando os vasos; são mais comuns nos membros inferiores onde o sangue é conduzido contra a força de gravidade e seu movimento depende da contração dos músculos esqueléticos (a insuficiência de muitas válvulas e conseqüente estase sanguínea é conhecida como varizes).

VEIAS de GRANDE CALIBRE
Apresentam uma camada íntima bem desenvolvida, porém a camada média é extemamente reduzida, com pouca quantidade de músculo liso e tecido conjuntivo; a adventícia é a camada mais evidente.

Sistema Circulatório

1. Introdução
O sistema circulatório pode ser "dividido" em 3 partes:
- sistema sangüíneo, inclui o coração e este funciona como bomba contrátil-propulsora e um sistema fechado de tubos, os vasos sangüíneos, que transportam o sangue.
- sistema linfático, inclui órgãos que participam da resposta imune (baço, timo, tonsilas e linfonodos) e vasos que coletam a linfa e a transportam para o sistema cardiovascular.
- órgãos hematopoiéticos, responsáveis pela produção de células do sangue (medula óssea). Alguns autores incluem até o baço e timo.
2. Coração
Kardia - grego ®®coração; é um órgão cavitário
2.1 Forma
Forma de um cone, com ápice e base, possui três faces e quatro margens.
A BASE tem forma quadrilátera, voltada para cima, para trás e para à direita, ao nível da 2ª e 3ª costela; formada principalmente pelo Átrio Esquerdo, parte do Átrio Direito e porção proximal dos grandes vasos que penetram pela parede posterior do coração.
Da base, o coração se projeta para baixo, para frente e para esquerda terminando em um ÁPICE arredondado que ocupa o 5º espaço intercostal esquerdo, cerca de 8 cm da linha medioesternal e é formado pelo Ventrículo Esquerdo.
FACES: diafragmática ou inferior - é a região entre a base e o ápice, que repousa sobre o músculo diafragma (VD e VE)
Face esternocostal ou anterior - posterior ao esterno e costelas, formado principalmente pelo VD e AD.
Face pulmonar - voltada para o pulmão esquerdo, dirigida para trás, para cima e para esquerda; formado quase inteiramente pelo VE, contudo uma pequena parte do AE e sua aurícula contribuem para sua formação superior.
2.2 Situação
Localiza-se na cavidade torácica, no mediastino médio, posterior ao osso esterno, superior ao m. diafragma, obliquamente ao plano mediano (40°).
2.3 Morfologia Externa
- AURÍCULAS DIREITA e ESQUERDA (Auris - latim orelha)
pequena bolsa muscular cônica, que são expansões dos átrios
forma triangular, semelhante a orelha de gato; hoje pensa-se em função endócrina, pois esta libera o ANF (fator atrio-natrium urétrico)que atua na liberação de líquidos e sódio - aurícula e em menor quantidade átrios.
- VASOS CORONÁRIOS (A. coronária direita, sai do seio aórtico anterior - ramo marginal e ramo interventricular posterior e A. coronária esquerda, sai do seio aórtico posterior esquerdo - ramo interventricular anterior)
- SULCOS, verificam-se ranhuras e sulcos que indicam a divisão do coração em 4 câmaras: sulco coronário, separa os átrios dos ventrículos (contém os troncos dos vasos coronários do coração); sulco interatrial, separa os dois átrios (é pouco marcado na superfície posterior, enquanto anteriormente, está encoberto pelo tronco pulmonar e aorta); sulco interventricular anterior, está na face esternocostal e sulco interventricular posterior, está na face diafragmática (ambos separam os ventrículos).
2.4 Estrutura e Pericárdio
ESTRUTURA - a parede do coração é constituída por 3 camadas: epicárdio, miocárdio e endocárdio. O epicárdio (pericárdio visceral) é uma membrana serosa muito fina, que adere à superfície externa do órgão. O miocárdio, é camada mais espessa e se compõe de músculo cardíaco.
PERICÁRDIO - consiste de um tecido que envolve o coração, separa dos outros órgãos, fixa o órgão, permite os movimentos de expansão e contração, etc. Composto de duas camadas: pericárdio fibroso, e pericárdio seroso.
2.5 Morfologia Interna
O coração consiste de 4 câmaras: dois átrios e dois ventrículos
ÁTRIO DIREITO
É uma câmara mais ou menos quadrangular e se localiza na região superior direita do coração; o interior apresenta duas porções principais: posterior, no qual se abrem os grandes vasos, tendo paredes lisas, sendo denominado seio das veias e anteriormente a este, uma porção com paredes rugosas e que está em continuidade com a aurícula direita; o AD comunica-se com o VD através do óstio átrio-ventricular. Abrem-se nesse átrio os seguintes vasos:
- Veia Cava Superior, traz o sangue da metade superior do corpo e se abre na porção súpero-posterior do átrio. Seu óstio está dirigido para baixo e para frente, não possuindo válvulas.
- Veia Cava Inferior, traz o sangue da metade inferior do corpo. Os músculos pectíneos são músculos com disposição paralela que se inclinam em direção ao óstio átrio-ventricular.
VENTRÍCULO DIREITO
Estende-se do AD até próximo ao ápice do coração e forma parte da face anterior do coração. Apresenta o Tronco Pulmonar.
A parede do VD é mais delgada do que a do VE.
O óstio átrio-ventricular é a grande abertura oval entre o AD e o VD.
A valva átrio-ventricular direita (Tricúspide) consiste de aproximadamente 3 cúspides
A valva pulmonar consiste de três válvulas semilunares (anterior, posterior direita e esquerda) estando fixadas à parede do Tronco Pulmonar e suas margens livres dirigidas para cima, na luz do vaso.
ÁTRIO ESQUERDO
É menor que o direito, porém suas paredes são mais espessas.
As veias pulmonares, em número de 4, abrem-se na parte superior da superfície posterior do AE, duas de cada lado; seus óstios não possuem.
VENTRÍCULO ESQUERDO
É mais longo e cônico que o direito e forma o ápice do coração; seu miocárdio é 3 vezes mais espesso que o do VD.
A valva átrio-ventricular esquerda consiste de duas cúspides triangulares.

Sistema Muscular

1. Introdução
A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui uma das propriedades fundamentais do protoplasma animal. Assim, a ameba (unicelular) em contato com um agente irritante contrai-se no ponto de estímulo e emite um prolongamento do citoplasma no ponto oposto a aquele que foi estimulado ® movimento. A ameba sendo unicelular, realiza como única célula absorção, respiração, excreção,... - em seres multicelulares, as células diferenciam-se para realizar funções específicas : as células musculares são especializadas em CONTRAÇÃO e RELAXAMENTO.
Estas células agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas, MÚSCULOS, os quais são fixados pelas suas extremidades; portanto irão mover os segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração.
Metade do peso total do corpo é de tecido muscular; a maior parte da forma do corpo é devida aos numerosos músculos fixados ao esqueleto e subjacentes a pele; outros músculos estão localizados nas paredes dos órgãos ocos e nos vasos sanguíneos.
1.1 Funções: As funções dependem da localização das células musculares; mas de modo geral, a ação muscular é o resultado da ação das células musculares individuais que são especiais pelo fato de serem as células que melhor exibem a propriedade de contratilidade - que permite encurtar-se e desenvolver tensão. Como resultado, são importantes em atividades de movimento de várias partes do corpo, alteração do diâmetro dos tubos do corpo, propulsão de materiais e expulsão de resíduos. Porém, além de elemento ativo no movimento, a musculatura assegura a estática do corpo, determina a posição e postura do esqueleto junto aos ossos.
2. Tipos de músculos
A célula muscular está normalmente sob o controle do S.N. Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo, placa motora. Quando o impulso nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite o impulso às células musculares determinando a sua contração; se o impulso para a contração resulta de um ato de vontade ® M. Voluntário ; se o impulso parte de uma porção do S.N. sobre o qual o indivíduo não tem controle, diz-se que é um M. Involuntário
Entretanto, sob diversas condições, as contrações dos mm. voluntários não requerem um propósito consciente, ex.: a pessoa não pensa na contração dos mm. envolvidos na manutenção da posturaErro! Indicador não definido.® S.N. Somático e o M. InvoluntárioErro! Indicador não definido.® S.N. Autônomo.
Portanto, Funcionalmente:
M. Voluntário e M. Involuntário
Histologicamente:
M. Voluntário - estrias transversais ®®M. Estriado
M. InvoluntárioErro! Indicador não definido.® M. Liso
M. Cardíaco - semelhante ao m. estriado,mas com ação involuntária.
Topograficamente:
M. Estriado - são esqueléticos, isto é, estão fixados pelo menos em uma extremidade no esqueleto.
M. Liso - são viscerais, são encontrados nas paredes das vísceras
3. Anatomia microscópica do M. Estriado
- Organização: num músculo, os feixes de fibras não estão agrupados ao acaso, mas organizados em feixes envolvidos por uma membrana externa de tecido conjuntivo, epimísio. Do epimísio partem septos muitos finos que se dirigem para o interior do músculo, dividindo-o em fascículos. Estes septos são chamados de perimísio. Cada fibra muscular é envolvida por uma camada muito delgada de tecido conjuntivo, endomísio.

3. Anatomia Macroscópica dos M. Estriados
Possui uma porção média e extremidades; a porção média é carnosa, vermelha no vivente = ventre muscular, predominam as fibras musculares, sendo a parte ativa do músculo, isto é, a porção contrátil. As extremidades são cilindróides ou em forma de fita - tendões e laminares - aponeuroses, com a função de fixar o músculo ao esqueleto.
Os tendões são esbranquiçados e brilhantes, muito resitentes e praticamente inextensíveis, constituídos de tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas. (Nem sempre os tendões e as aponeuroses se predem ao esqueleto, podendo se fixar em cartilagens, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme, etc.).
Fáscia muscular, é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo e funciona como uma autêntica bainha elástica de contenção, para o músculo possa exercer eficientimente seu trabalho de tração; outra função, é permitir o deslizamento do músculos entre si.
5. Origem e Inserção
Por razões didáticas, convencionou-se chamar ORIGEM, extremidade do músculo preso à peça óssea que não se desloca - PONTO FIXO.
INSERÇÃO, extremidade do músculo presa à peça óssea que se desloca - PONTO MÓVEL; leva-se em conta o movimento habitual. Ex.: flexão do antebraço - M. Braquial - origem, face anterior do úmero, inserção, face anterior da ulna; atleta eleva seu corpo numa barra, M. Braquial, a origem e inserção se invertem. (Nos membros, geralmente a origem é proximal e a inserção é distal).
6. Classificação
6.1 Quanto à FORMA do músculo e ARRANJO das fibras
a) Disposição paralela das fibras
- comprimento predomina sobre a largura M. Longo, Ex. M. Sartório.
- convergência das fibras M. Fusiforme, Ex. M. Braquial.
- comprimento proporcional à largura M.Largo, Ex. M.Glúteo Máximo
- convergência das fibras a uma extremidade M. em Leque, Ex. M. Temporal.
b) Disposição oblíqua das fibras, em relação ao eixo de tração (Peniformes)
- se as fibras musculares se prendem numa só margem da linha tendínea® Unipenado, Ex. M. Extensor Longo do Hálux
- se as fibras se prendem nas duas margens da linha tendínea Bipenado, Ex. M. Reto da Coxa, M. Milo-hióideo.
6.2 Quanto à ORIGEM (ou número de tendões de origem)
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma cabeça de origem
- 2 cabeças Bíceps, Ex. M. Bíceps do Braço
- 3 cabeças Tríceps, Ex. M. Tríceps da Perna
- 4 cabeças Quadríceps, Ex. M. Quadríceps da Coxa.
6.3 Quanto à INSERÇÃO
Os músculos podem se inserir por mais de um tendão,
- 2 tendões Bicaudado, Ex. M. Flexor Curto do Hálux, M. Bíceps Braquial em movimento de elevação do tronco.
- + de 2 tendões Policaudado, Ex. M. Flexor Longo dos Dedos
6.4 Quanto ao VENTRE MUSCULAR
Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles.
- 2 ventres e um tendão intermediário Digástrico, Ex. M. Digástrico
- + de 2 ventres Poligástrico, Ex. M. Reto do Abdome
6.5 Quanto à AÇÃO
Principal ação do músculo resultado da contração muscular: flexores, adutores, abdutores, extensores, etc.
7. Análise Funcional em determinado movimento
- Quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento é considerado como AGONISTA.
- Quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, seja para regular a rapidez ou a potência de ação deste agonista (limita a ação do agonista), é considerado como ANTAGONISTA (termo não ideal, pois eles mais cooperam que se opõem) .
- e músculos que indiretamente auxiliam um movimento, estabilizando uma articulação, prevenindo movimentos indesejados e permitindo que os agonistas atuem eficientimente, SINERGISTAS. As ações dos antagonistas e sinergistas fazem com que os movimentos sejam delicados e precisos.
Ex.:extensão do antebraço - contração do M. tríceps agonista
M. Braquial antagonista, retarda o movimento para que o tríceps não execute bruscamente.
Ex. uma flexão pode ser acompanhada de uma rotação, neste caso, a contração dos sinergistas pode auxiliar os agonistas, opondo-se aos movimentos de rotação não desejados.
- músculos que agem distantes do movimento principal estabilizando outras articulações, FIXADORES OU POSTURAIS.

Sistema Esquelético

1. Introdução
O esqueleto humano é um endoesqueleto, isto é, colocado entre os tecidos moles do corpo; é uma estrutura viva capaz de crescer, adaptar-se e reparar; difere muito do exoesqueleto dos artrópodes, tais como besouros e camarões de água doce; pelo fato do exo não ser uma estrutura viva, esses animais devem desprender sua estrutura esquelética e formar uma nova, maior do aquela se continuam crescendo.
O esqueleto consiste de um conjunto de ossos e cartilagens que se articulam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções; já os ossos são definidos como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis e que em conjunto, constituem o esqueleto.
1.1 Desenvolvimento
O esqueleto se desenvolve pela transformação de tecido conjuntivo do embrião em osso;
2. Funções do esqueleto
PROTEÇÃO: protege contra agressões externas; encéfalo na cavidade craniana; medula espinal no canal vertebral; coração e pulmões, na cavidade torácica, etc.
SUSTENTAÇÃO e CONFORMAÇÃO do CORPO: atua como arcabouço do corpo, dando suporte aos tecidos moles e provendo fixação para a maioria dos músculos do corpo.
MOVIMENTO (SISTEMA de ALAVANCAS): pelo fato de muitos mm. estarem fixados ao esqueleto e muitos ossos se relacionarem por articulações móveis, o esqueleto desempenha um papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo é capaz de fazer. Os ossos transformam as contrações musculares em movimento e também aumentam as forças geradas pelas contrações.
RESERVA de MINERAIS: cálcio, fósforo, sódio e potássio,etc. são armazenados nos ossos do esqueleto; estes minerais podem ser mobilizados e distribuídos pelos vasos sangüíneos para outras regiões segundo as necessidades do organismo. Ex: gestação, uma parte do cálcio utilizado pelo feto é obtido diretamente do esqueleto da mãe.
HEMOPOIESE: formação de células do sangue; após o nascimento, a medula óssea vermelha de certos ossos (esterno, vértebras, costelas, quadril) produzem as células sangüíneas encontradas no sistema circulatório.
3. Divisão do esqueleto
Podemos dividi-lo em duas grandes porções:
AXIAL: ossos relacionados ao longo eixo do corpo; localizados na cabeça, pescoço e tronco:
-cabeça (28 ossos)
- pescoço (hióide=1)
-coluna vertebral (26)
-tórax (costelas e esterno= 25) TOTAL= 80
APENDICULAR: formada por ossos dos membros superiores e inferiores e unindo os dois esqueletos, as cinturas (ou cíngulos ou raízes);
-cintura escapular (4 ossos)
-membros superiores (60)
-cintura pélvica (2)
-membros inferiores (60) TOTAL= 126
esqueleto total= 206 ossos
4. Número de ossos
No indivíduo adulto, o número total de ossos é de 206 , não considerando a patela; todavia alguns fatores podem alterar esse número:
a) Fatores hereditários: do nascimento à senilidade, há uma diminuição do número de ossos; ex.: no feto o osso frontal é constituído por dois ossos, no adulto, um; no feto temos ílio, ísquio e púbis - no adulto, osso do quadril. Além disso, em indivíduos muito idosos, há uma tendência para soldadura de 2 ou + ossos, diminuindo o número (ocorre principalmente com os ossos do crânio -sinostose).
b) Fatores individuais: em alguns indivíduos pode haver persistência da divisão do osso frontal no adulto (sutura metópica) e a presença de ossos extranumerários.
c) Critérios de contagem: os anatomistas utilizam às vezes critérios pessoais para a contagem dos ossos; contam ou não a patela, ossículos da orelha média, etc.
5.Tipos de ossos
Classificação Morfológica:
LONGOS: comprimento excede a largura e espessura; ex.: rádio, ulna, úmero, fêmur, tíbia, fíbula, metatarcarpos, falanges,etc.
característica: possuem um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífise), em geral articuladas e um canal medular
ALONGADOS: comprimento excede a largura e espessura, porém não possui canal medular; ex.: costelas e clavícula.
CURTOS: as 3 dimensões são aproximadamente iguais; ex.: ossos do carpo e tarso.
SESAMÓIDES: um tipo de osso curto, alojados nos tendões ou cápsulas articulares Ex: patela
SUPRANUMERÁRIOS: são os que não estão presentes regularmente; em geral, são do tipo curto ou plano, encontrados principalmente nas mãos e pés (incluem-se ossos sesamóides e certas epífises não soldadas - importância médico legal, pelo fato de quando vistas em radiografias serem confundidas com fraturas).
PLANO: comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura; possuem duas camadas de osso compacto com uma intermediária de osso esponjoso e medula óssea - não possui canal medular. Ex: esterno, escápula, frontal, parietal, occipital, etc.
IRREGULAR: apresenta morfologia complexa, que não encontra correspondência em formas geométricas conhecidas. Ex: vértebras, osso do quadril, esfenóide, temporal
PNEUMÁTICOS: são aqueles que contém cavidades ou seios revestidos por mucosa e preenchidos por ar; São eles: maxila, frontal, temporal, esfenóide e etmóide.

6. Estrutura dos ossos
SUBSTÂNCIA ÓSSEA:
Compacta - formada por trabéculas ósseas imediatamente aplicadas umas às outras sem cavidades intermediárias.
Esponjosa - formada por lâminas de diferentes orientações, que entram em contato apenas em certos pontos, deixando entre si, um sistema de pequenas cavidades, nas quais acumula-se medula óssea; aspecto de esponja
MEDULA ÓSSEA
Tecido mole, de consistência polposa que se encontra em todas as cavidades da substância óssea, quer seja no canal medular ou na substância esponjosa dos diferentes tipos de ossos. Função: contribuir juntamente com outros órgãos para a formação de elementos figurados do sangue. Apresenta-se vermelha (medula óssea rubra) e amarela (medula óssea flava).
-Medula óssea vermelha: vermelha, ocupa todas as cavidades dos ossos do feto; no adulto, encontra-se no interior do esterno, vértebras, costelas, ossos do quadril e epífises de ossos longos reduzidos.
-Medula óssea amarela: ocupa quase a totalidade das cavidades ósseas do adulto, principalmente no canal medular dos ossos longos. É rica em gordura e perdem sua capacidade de produzir elementos figurados do sangue.
PERIÓSTEO: os ossos são revestidos externamente em toda extensão, exceto nas superfícies articulares, por uma membrana fibrocelular; apresenta coloração esbranquiçada e sua espessura é proporcional as dimensões ósseas; duas camadas: superficial, fibrosa, bastante resistente, por meio do qual os tendões e ligamentos se fixam nos ossos e uma profunda, celular - camada osteogênica, responsável pelo crescimento em espessura do osso.
rticulações
1. Introdução
Pode ser definida como a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer sejam ossos ou cartilagens.
2. Classificação
Podemos classificar as articulações segundo as estruturas que as compõem
A - Articulações Fibrosas
A1 - Suturas, são as articulações em que as ossos se conectam através de pequena quantidade de tecido fibroso, com pouca mobilidade; são encontrados exclusivamente entre os ossos da cabeça. Segundo suas superfícies de contato, classificam-se:
- Planas: ex. sutura internasal
- Serrátil: ex. sutura sagital
- Escamosa: ex. sutura escamosa
- Esquindilese: ex. sutura esfeno-vomeriana
A2 - Sindesmose, são articulações nas quais os ossos se relacionam à distância, através de tecido conjuntivo fibroso (membrana interóssea), com considerável elasticidade - não permite verdadeiros movimentos. Ex.: articulação tibiofibular distal, articulação rádio-ulnar, etc.
A3 - Gonfose, articulação dento-alveolar, com distribuição de tecido fibroso entre o dente e o respectivo alvéolo; gonphos: prego.
B - Articulações Cartilagíneas
B1 - Sincondrose, articulações em que os ossos se conectam através da cartilagem hialina; podem ser:
- Intra-óssea: essa situação ocorre entre as epífises e a diáfise dos ossos longos, onde a cartilagem epifisária é substituída por osso, na fase adulta.
- Interóssea: envolve dois ossos diferentes, podendo ser temporária (a maioria situada na base do crânio), como a articulação esfeno-occipital ou permanente, como as sincondroses do esterno (articulações esternocostais).
B2 - Sínfise, são articulações semimóveis, onde os ossos se conectam por tecido fibrocartilaginoso. Ex.: sínfise púbica, sínfise intervertebral e sínfise manubrioesternal. (durante o desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, mas esta articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta).
B - Segundo a forma e tipos demovimentos das superfícies articulares; a forma geométrica das superfícies articulares determina a nomenclatura, o tipo e a amplitude de movimentos da articulação sinovial.
B1. Plana; apresenta uma superfície articular plana ou ligeiramente curva, sendo seus movimentos considerados de deslizamento de um osso sobre o outro. (Articulação não axial) Ex.: art. intercárpicas.
B2. Gínglimo; articulações que realizam movimentos de extensão e flexão. (Articulação uniaxial) Ex.: art. úmero-ulnar, art. interfalângica, art. do joelho.
B3. Articulação Trocóide; realiza movimentos de rotação, ao redor do eixo longitudinal do osso (Articulação uniaxial) Ex.: art. rádio-ulnar proximal, art. atlanto-axial mediana.
B4. Articulação Elipsóide (condilar); tem uma superfície articular levemente côncava e outra ligeiramente convexa, apresentando, pelo menos uma delas um formato elíptico ; permite movimentos em dois planos perpendiculares entre si - movimentos de extensão, flexão, abdução e adução, sendo possível a circundução, mas não a rotação axial. (Articulação biaxial, exceção ATM) Ex.: art. radiocárpica, metacarpofalângicas,...
B5. Articulação selar; a superfície articular de cada osso é côncava numa direção e convexa na outra, dese modo se relacionam como duas selas cujas superfícies giram em torno de 90° e se colocam uma contra outra - movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e circundação (Articulação biaxial). Ex.: a única selar verdadeira do corpo é a articulação carpometacárpica do polegar
B6. Articulação Esferóide ; são formadas por uma cabeça esférica de um osso contrapondo-se a uma cavidade em forma de taça de outro; realizam movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, além de realizar movimentos de rotação medial e lateral (Articulação triaxial). Ex.: há somente duas articulações esferóides no corpo: ombro e quadril.
3. Estrutura das articulações sinoviais
3.1 Formações essenciais
-SUPERFÍCIES ARTICULARES, a forma das superfícies ósseas é extremamente variável, podendo ser planas, esféricas, elipsóides,
- CARTILAGEM ARTICULAR, as superfícies articulares são revestidas por uma camada de cartilagem hialina (exceção ATM ® fibrocartilagem), tecido avascular que se nutre por embebição, com espessura variável, sendo sua superfície lisa , permitindo o deslizamento.
- CÁPSULA ARTICULAR, tecido de natureza fibrosa, que envolve a articulação, inserindo-se pelas suas extremidades aos ossos. A face interna ou articular da cápsula está revestida por uma fina membrana, membrana sinovial.
- MEMBRANA SINOVIAL, tecido conjuntivo frouxo, vascular, que reveste a superfície interna da cápsula e é responsável pela formação do líquido sinovial. A função do líquido é nutrir as cartilagens articulares e permitir sua lubrificação, além de servir como elemento amortecedor.
3.2 Formações não essenciais ou acessórias
- LIGAMENTOS, que como a cápsula são espessamentos de fibras colágenas (tecido conjuntivo denso fibroso) que desempenham papel importante na manutenção da posição dos ossos que se articulam e ao mesmo tempo, que limitam movimentos considerados normais e impedem movimentos em planos indesejáveis. Podem ser intra-articulares e extra-capsulares.
- DISCO ARTICULAR, são feixes de fibrocartilagem que se interpõem às superfícies articulares discordantes, ex.: ATM, esternoclavicular,...
- MENISCO ARTICULAR, são estruturas semilunares de fibrocartilagem que prendem-se pela sua periferia à cápsula articular, permitindo que as superfícies articulares entre em contato somente pela porção central, tornando as superfícies mais concordantes; ex. art. do joelho.

Anatomia Humana

Introdução ao Estudo da Anatomia Humana
Conceito mais amplo - Anatomia é uma ciência que estuda, macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimentodos seres organizados .
Ana - em partes Origem grega
Tomein - cortar
Fatores gerais de variação
Além das variações anatômicas ditas individuais, deve-se acrescentar aquelas decorrentes da idade, sexo, raça, tipo constitucional e da evolução.
Biótipo
Longelíneo - indivíduos magros, em geral altos, com pescoço longo, tórax achatado e membros longos em relação à altura do tronco.
Brevelíneo - indivíduos baixos, pescoço curto, membros curtos,..
Mediolíneos - caracteres intermediários.
Nomenclatura Anatômica
- 20.000 termos anatômicos - hoje, cerca de 5.000
- língua oficial - Latim (língua morta), porém cada país traduz para o seu vernáculo. A nomenclatura procura adotar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas que tragam alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura; foram abolidos os epônimos (nomes de pessoas para designar estruturas) e os termos indicam: a forma (M. trapézio); posição ou situação (N. mediano); função (M. levantador da escápula,..)
Divisão do Corpo Humano
Cabeça
Pescoço
Tronco - Tórax
Abdome
Membros - Superior - Cíngulo do membro superior: Ombro
- Parte livre: Braço, Antebraço e Mão

- Inferior - Cíngulo do membro inferior : Quadril
- Parte livre: Coxa, Perna e Pé

osição Anatômica
Indivíduo em posição ereta, com a face voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, os membros superiores estendidos ao lado do corpo, com as palmas da mãos voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
Planos de Delimitação
Na posição anatômica, o corpo pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície.
a) 2 planos verticais - Plano Ventral ou Anterior, tangente ao ventre
- Plano Dorsal ou Posterior, tangente ao dorso.
b) 2 planos verticais tangentes aos lados direito e esquerdo do corpo - Planos Laterais Direito e Esquerdo
c) 2 planos horizontais, tangente à cabeça - Plano Cranial ou Superior
tangente à planta dos pés - Plano Podálico ou Inferior;
para o tronco, se analisado isoladamente - Plano Caudal
Planos de Secção
a) Plano Sagital é uma secção longitudinal que divide o corpo ou qualquer parte dele em porções direita e esquerda; se essa secção passar exatamente na linha mediana do corpo, dividindo o corpo em partes iguais, esse plano é chamado de Plano Sagital Mediano; se não for secção mediana é paramediana.
b) Plano Frontal é também uma secção longitudinal paralela aos planos ventral e dorsal, dividindo o corpo em porções anterior e posterior.
c) Plano Transversal é um plano horizontal paralelo aos planos cranial, podálico ou caudal e divide o corpo em porções superior e inferior.

Atendimento Pré-Hospitalar: a Formação Específica...

Atendimento Pré-Hospitalar: a Formação Específica do
Enfermeiro na Área e as Dificuldades Encontradas no Início
da Carreira

INTRODUÇÃO

O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) teve
início há mais de 30 anos na América do Norte e Europa,
apresentando notável expansão logo após a Guerra do
Vietnã (1962-1973), quando as autoridades norte-americanas
perceberam que a atuação de socorristas nos locais
de batalha e nos transportes para hospitais reduzia significativamente
a mortalidade e aumentava o tempo de
sobrevida dos soldados feridos(1).

O APH caracteriza-se como o conjunto de medidas
e procedimentos técnicos que objetivam o suporte de
vida à vítima, podendo ser básico ou avançado,
estabelecendo-se padrão vital que mais se assemelhe à
normalidade, tendo como conceito supremo não agravar
lesões já existentes ou gerar lesões que não existiam
(iatrogenias), bem como transportar a vítima\paciente\
cliente para o centro hospitalar terciário apropriado ou
centro de trauma credenciado(2).

No Brasil(1),o APH foi regulamentado somente
em 1989, devido ao surgimento oficial do serviço de
atendimento às emergências médicas – resgate na cidade
de São Paulo, sendo inicialmente desenvolvido segundo
os moldes norte-americanos e operacionalizado prioritariamente
pelo Corpo de Bombeiros.

No final da década de 1990, tendo como pano
de fundo interesses do Conselho Federal de Medicina,
passou-se a questionar os serviços de APH do Corpo
de Bombeiros operados por “socorristas”, até então
carentes de embasamento legal para a atuação. A p a r t i r
desse período, ocorreu a inserção da categoria
médica nos serviços de APH, cabendo, segundo a
Resolução nº1.529/98( 3 ) ao Corpo de Bombeiros e
outros militares somente a atuação breve no Suporte
Básico de Saúde( 4 ).

A Resolução nº. 1.529/98 (3) determinou, ainda,
que a regulação dos serviços de APH seria de competência
médica, estabelecendo quais profissionais estariam
aptos a atuar no APH (oriundos e não oriundos da
área da saúde), bem como a formação necessária para
esses profissionais, delimitando, inclusive, o conteúdo
curricular para cada categoria.
Frente a esse quadro, o Conselho Regional de
Enfermagem do Estado de São Paulo, através da Decisão
001/2001(5) de 22 de março de 2001, regulamentou as
atividades de enfermagem no APH e demais situações
relacionadas com o suporte básico e avançado de vida
resolvendo que “o Atendimento Pré-Hospitalar, de Su -
porte Básico e de Suporte Avançado de Vida, em termos
de procedimentos de Enfermagem, previstos em lei
sejam, incondicionalmente, prestados por Enfermeiros,
Técnicos de Enfermagem ou Auxiliares de Enfermagem,
o b s e rvados os dispositivos constantes na Lei nº
7498/86(6) e Decreto-lei 94.406/8 (7)”. Em 12 de julho de
2001, no intuito de legitimizar as atividades de enfermagem
no atendimento Pré-hospitalar, o Conselho Federal
de Enfermagem, através da Resolução nº 260/2001(8),
fixa como especialidade de Enfermagem e de competência
do enfermeiro o atendimento pré-hospitalar, sem,
no entanto, especificar sua formação e ações.
1 Professor Doutor do Curso de enfermagem da Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP
Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Terapia Intensiva- SOBETI.


Atendimento Pré-Hospitalar: a Formação Específica do Enfermeiro na Área e as Dificuldades Encontradas no Inicio da Carreira
Rev Paul Enf 2006; 25(1):38-43. 39
Somente em 2002, através Portaria nº 2048 do
Ministério da Saúde, de 05 de novembro de 2002(9), que
regulamenta e normatiza o APH, são definidas as funções
do Enfermeiro, o perfil desse profissional bem como de
toda a equipe que deve atuar nesse serviço. Nessa
Portaria(9) os enfermeiros de APH são responsáveis pelo
atendimento de enfermagem necessário para a reanimação
e estabilização do paciente, no local do evento e
durante o transporte. Cabe também ao enfermeiro, “prestar
serviços administrativos e operacionais em sistemas de
atendimento pré- hospitalar, supervisionar e avaliar as
ações de enfermagem da equipe no atendimento préhospitalar
móvel, dentre outras funções específicas.

No que se refere ao perfil do profissional
enfermeiro que atua no APH, a Portaria nº 2048(9) orienta
que deva ter iniciativa, estar preparado para trabalhar em
conjunto com a equipe; tomar decisões rápidas, embasadas
em conhecimentos prévios e protocolos de atendimento,
sendo essas últimas fundamentais para o sucesso
da ação. Além disso, a referida portaria faz alusão também
a algumas características psíquicas desse profissional.
Menciona que o autocontrole e equilíbrio emocional
são fundamentais para agir sob pressão e estresse; pois
muitas ações são realizadas em ambientes perigosos com
pouca iluminação ou espaço.

O atendimento pré-hospitalar regulamentado e
assegurado por lei, teve como conseqüência a expansão
de oferta de trabalho incluindo o enfermeiro nessa área,
a qual passou a absorver a mão-de-obra deste profissional.
Atualmente se exige do enfermeiro de APH, além
de sólida base de conhecimentos técnicos específicos,
outros fatores de igual importância, como a capacidade
de autocontrole e autocondução(10).
Frente ao exposto, percebe-se a exigência de
características e habilidades específicas do enfermeiro
para atuar em APH. Esse fato é preocupante principalmente
quando se verifica que o conhecimento relativo
ao APH especificamente, não esta integrado no conteúdo
das disciplinas curriculares dos cursos de enfermagem.
Apesar de existirem no mercado hoje vários
cursos que visam desenvolver as técnicas utilizadas no
APH, e ainda colocar o enfermeiro frente a situações
inesperadas, tais como o Advanced Cardiac Life Suport
(ACLS), Advanced Trauma Life Support (ATLS), Préhospital
Trauma Life Suport (PHTLS), Basic Life Sport
(BLS), MAST (Manobras Avançadas De Suporte Ao
Trauma), alguns destes cursos não suprem a necessidade
de formação específica do profissional para o Atendimento
Pré-Hospitalar, pois, na maioria das vezes, desenvolvem
os conteúdos em salas de pronto-socorro, onde
existe o suporte tecnológico para o atendimento como
equipamentos, profissionais treinados, materiais específicos,
exames subsidiários, o que nem sempre retrata a
realidade do ambiente pré-hospitalar(11).

A pouca atenção dada à formação do enfermeiro
para atuar em urgências e emergências talvez seja reflexo
do próprio sistema de ensino de enfermagem no Brasil,
que adota um modelo de ensino e pesquisa de influência
norte americana, o qual segue uma visão integralista. Vo l t ado
para as políticas de extensão de cobertura e de atenção
primária em saúde, nesse contexto, a formação do enfermeiro
generalista centra o ensino nas competências das
diversas áreas de atuação do profissional, ou seja, capacita
o enfermeiro para a assistência individual e coletiva
dirigida à criança, mulher e adulto, nas áreas de enferm agem
clínica cirúrgica-obstétrica, ginecológica, pediátric a ,
psiquiátrica e administração hospitalar e dos outros serviços
básicos( 1 2 ). Além disso, na maioria dos cursos de enfermagem,
há grande preocupação em oferecer muita informação,
em detrimento da formação e do desenvolvimento
das capacidades de trabalhar com essa informação( 1 3 ).
Pode-se inferir então que há algumas lacunas no
que se refere à formação de enfermeiros para atuação no
APH, pois, de um lado tem-se a legislação apontando a
necessidade de um profissional de APH especialista em
sua área de atuação com experiência e competência; e de
outro lado há formação de enfermeiros generalistas,
oriundos de universidades que procuram atender as exigências
de um modelo integralista de assistência. Talvez
esse cenário, se constitua hoje num grande desafio na
formação de enfermeiros para atuarem no APH.
Não se quer dizer aqui que a universidade deva
desviar seu foco. O que se procura é conhecer o contexto
de trabalho no qual se encontra o enfermeiro de APH,
tendo como referência o seu preparo para a atuação,
frente ao conhecimento sobre APH recebido durante a
sua formação profissional.

JURAMENTO OFICIAL DO CURSO DE ENFERMAGEM

Juro dedicar minha vida profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência e dedicação, guardando sem desfalecimento os segredos que me forem confiados. Respeitando a vida desde a concepção até a morte, não participando voluntariamente de atos que coloquem em risco a integridade física e psíquica do ser humano, mantendo elevados os ideais da minha profissão, obedecendo os preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições.